Leitura em família fortalece afetividade
A leitura em família ajuda a desenvolver na criança o hábito da leitura, além de ser um momento de encontro e carinho.
Roosevelt Cássio/VP
"Quando era criança, me lembro que meu pai tinha o hábito de sentar comigo e meus irmãos e nos contar histórias. Nunca me esqueço disso." Quem já não ouviu um relato como esse ou ainda não se sente a própria personagem narrando momentos inesquecíveis passados junto aos pais enquanto a leitura de histórias era compartilhada?Ler histórias para os filhos é importante não só para tentar criar neles o hábito da leitura mas, principalmente, porque esses momentos fortalecem os laços afetivos, aproximando pais e filhos.A professora de Psicologia da Aprendizagem Elvira Aparecida Simões de Araújo explica que desde o nascimento os pais devem ler e contar histórias para os filhos. "Ouvir a voz dos pais, depois brincar com as imagens ao folhear um livro, mais à frente descobrir as letras, e descobrir as várias linguagens da imagem, do texto, da melodia da voz não tem uma idade específica nem para começar, nem para terminar", afirma.Na opinião da professora, os pais deveriam ler também para os filhos adolescentes. "As formas serão diferentes, os assuntos serão diferentes, as discussões serão diferentes, mas as possibilidades de fortalecimento dos laços estarão presente do mesmo modo", ressalta.Segundo Elvira, a atividade de ler para os filhos deve ser entendida mais do que a tarefa de prepará-los para a alfabetização, para a escola, para a formação de leitores, mas fundamentalmente como um momento de relação enriquecido. Ela lembra ainda que "a viagem na fantasia da história, o momento de carinho, de proximidade traz para a ação da leitura um valor a mais do prazer".
OPORTUNIDADE - A professora afirma ainda que os pais não têm compromisso de fazer leitura com didatismo, com intenção de ensinar algo específico. Segundo Elvira, a leitura deve ser momento agradável que pode ser aproveitado para discutir temas da vida da criança, como a chegada do novo irmão; a morte de alguém (há lindos livros que ajudam a pensar sobre estes assuntos).
"Mas é bom ressaltar que, se falamos de relação, devemos também lembrar do clima em que ocorre este encontro: de tranqüilidade, sem pressão, e respeitando os tempos da criança, da sua capacidade de concentração, da extensão da história, da adequação da história para os interesses do filho", conclui.
Por Giseli Lencioni
terça-feira, 25 de novembro de 2008
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